de Gil Vicente
estreia em Coimbra, a 28 de Março de 1994
Cine-Teatro São Teotónio
total de espectáculos - 47 (Coimbra, Condeixa-a-Nova, Pombal e Penela)
total de espectadores - 6.605
8ª produção - A Escola da Noite©Março1994
Ficha Técnica:
•••• Encenação: Sílvia Brito.
•••• Elenco:
•••••••••• Inês Pereira > Sofia Lobo
•••••••••• Mãe > Rosário Romão
•••••••••• Lianor Vaz > Alexandra Rosa
•••••••••• Pero Marques > Carlos Sousa
•••••••••• Latão > Miguel Amado
•••••••••• Vidal > Miguel Santos (depois Paulo Castro)
•••••••••• Escudeiro > José Vaz Simão
•••••••••• Moço > António Jorge
•••••••••• Luzia > Alexandra Rosa
•••••••••• Fernando > Carlos Sousa
•••••••••• Ermitão > António Jorge
•••• Cenografia: João Mendes Ribeiro.
•••• Figurinos: Ana Rosa Assunção.
•••• Desenho de luz: Vítor Correia.
•••• Assistência de encenação: António Jorge.
•••• Grafismo: Ana Rosa Assunção.
•••• Fotografia: Susana Paiva.
•••• Execução de cenografia: Leonel Caldeira e Carlos Figueiredo.
•••• Execução de figurinos: Isilda Rodrigues e Maria Gonzaga
•••• Cabelos: Beatriz Cabeleireiros.
•••• Direcção de cena: Carlos Sousa.
•••• Operação de luz:Nuno Patinho.
•••• Operação de som:Domingos Moreira.
•••• Promoção: António Jorge e Rosário Romão.
Teatros / teatro
Farsa de Inês Pereira é a terceira peça de Gil Vicente que A Escola da Noite produz. Com Auto da Índia (encenação de Rogério de Carvalho) e Comédia sobre a Divisa da Cidade de Coimbra (enc. Nuno Carinhas) completa-se no grupo uma primeira tentativa de apreensão do universo vicentino. Assim concebida, esta encenação passa a formar com as outras uma experiência que pode (deve) ser vista em conjunto. Disso nos ocuparemos no início do próximo ano lectivo se a conjuntura dos espaços cénicos na cidade se desanuviar.
Para além deste autêntico laboratório vicentino que constituiu a montagem desta farsa, inteiramente realizado no interior da companhia, organizámos ainda, a par com o Instituto de Teatro Paulo Quintela, um conjunto de conferências sobre Gil Vicente com especialistas das universidades de Lisboa e Coimbra, fomos às escolas preparando os alunos para o teatro, solicitámos os professores para encontros e debates, fizémos inquéritos aos espectadores e recebemos até ao momento, mais de cinco mil alunos das escolas secundárias nos nossos espectáculos.
Por todo este labor não se torna estranho o facto de a estreia desta Farsa ocorrer num espaço — o auditório do Colégio S. Teotónio — vocacionado para o circuito escolar que é, neste momento, uma realidade dinâmica onde aparecem grupos e espectáculos, professores cada vez mais interessados em confrontar os seus alunos com a aprendizagem complexa das artes e encontros de teatro escolar, como proximamente vai acontecer em Coimbra. Esta realidade dinâmica exige respostas institucionais, numa cidade que, de súbito, não tem espaços para todo o teatro que se produz. Teatro escolar, teatro universitário, teatro de amadores, teatro profissional, de tudo nestes dois anos capitais se recheou a oferta cultural da cidade. São agora necessários meios físicos e materiais que dêem resposta a esta conjuntura humana e teatral positiva.
Mesmo sem Teatros o teatro existe e resiste no esplendor da sua diversidade. Esta estreia quase coincide com a comemoração mundial do dia do teatro. Em conjunto com os espectadores, cada vez mais e mais atentos, os grupos e as pessoas que fazem teatro e o tornam realidade visível nesta região têm a obrigação cívica de se unirem na procura de condições futuras que dignifiquem a sua actividade.
A Escola da Noite