sobre "O Triunfo do Amor" - 1992
sobre "Comédia Sobre a Divisa da Cidade de Coimbra" - 1993
sobre "Farsa de Inês Pereira" - 1993
sobre - "A Birra do Morto" - 1995
sobre "Beckett - Primeira Jornada" - 1996
sobre "Jacques e o seu Amo" - 1999
sobre "Além as Estrelas são a Nossa Casa" - 2000
sobre "Um Gosto de Mel" - 2001
sobre "Amor de Don Perlimplín con Belisa en su Jardín" - 2002
sobre "Auto da Vistação e outras cousas que por cá se fizeram" - 2002
sobre "Farsa dos Almocreves e outras cousas que em Coimbra se fizeram em 1527" - 2003
sobre "O Juiz da Beira" - 2003
sobre "O Horácio" - 2003
sobre "Além do Infinito" - 2004
sobre "O Cerejal" - 2004
sobre "2 Perdidos numa Noite Suja" - 2004
sobre "Noivas" - 2005
sobre "Ao Partir ... Palavras" - 2005
sobre
a formação da companhia
"A Escola da Noite - Grupo de Teatro de Coimbra define-se como uma companhia
em formação que pretende "fazer caminho caminhando".
Afirma saber o que quer fazer e como fazer, sem partir de postulados estéticos
e culturais prévios.
O seu objectivo primeiro é dar resposta às aspirações
e necessidades culturais da cidade de Coimbra, considerada a capital nacional
da cultura.
Com este objectivo, e com o seu aparecimento, veio preencher uma lacuna existente
no Distrito de Coimbra, sendo que o teatro é uma das formas de arte
mais importante, porquanto reflecte o desenvolvimento cultural de uma região
ou de um País.
Sendo profissionais, os elementos que constituem a Escola da Noite poderão
dedicar-se a tempo inteiro ao estudo de outras formas estéticas de
teatro e à produção teatral inovadora, necessitando para
isso de meios.
Dado que um dos deveres do Estado é facultar à sua população
a educação e cultura necessários ao seu desenvolvimento,
não pode o Governo Civil deixar de apoiar esta e outras iniciativas
semelhantes. Assume-se, todavia, importante o apoio das autarquias e das empresas
do Distrito, desde logo porque quanto maior fôr o desenvolvimento cultural
da região maiores se tornam as exigências dos cidadãos,
o que gera uma cada vez maior dinâmica empresarial. Atento a esta realidade,
o Governo apresenta algumas contrapartidas aos empresários, nomeadamente
na redução dos impostos, ao abrigo da Lei do Mecenato. É
portanto esta a hora de apostar na cultura."
Engº
Luis Manuel Carvalho Pedroso de Lima
Governador Civil do Distrito de Coimbra em 1992
"A
Escola da Noite", dando corpo a um programa de espectáculos que
é em si mesmo um grande desafio, propõe-se estabilizar Coimbra
no mapa do teatro profissional português e estabelecer com a comunidade
da Zona Centro uma relação verdadeira muito nova.
O Estado soube "arriscar" nesse programa uma fatia substancial do
orçamento de "Coimbra 92", evidenciando que a grande prioridade
do Teatro é afinal o próprio Teatro.
Esta confiança materializa a convicção de que a maioridade
da Cidade e a maioridade do teatro são indissociáveis, mas pressupõe
uma correspondente confiança por parte das entidades locais e principalmente
dos empresários e forças vivas da região.
Tratar-se-á da desejável apropriação dos valores
regionais pela própria região, única via da sua afirmação
extra-muros."
Ricardo
Pais
Encenador
sobre
o trabalho da companhia
"(…)foi assim possível assistir em Coimbra a muito e bom
teatro, com muito e bom público. No fim, ainda se ganhou uma nova sala,
uma nova companhia e um "novo" Gil Vicente."
As Beiras, 29/12/92"A Escola da Noite, Grupo de Teatro de Coimbra, está
particularmente activa este ano. Depois do êxito de "Amado Monstro",
"Triunfo do Amor", "Ella", "Susn" e "Auto
da Índia", que tem hoje a segunda apresentação em
Antuérpia, Cidade Capital da Cultura, está a preparar uma nova
produção: "A Mandrágora" de Maquiavel.
Trata-se de um espectáculo que envolve um grande leque de profissionais
que, noutras peças, mostraram já terem a criatividade necessária
para tornar "A Mandrágora" em mais um êxito da Companhia.
(…)"
As
Beiras, 11/5/93
"(…) Criada em meados de 1991, esta jovem companhia teatral, sediada em Coimbra, já deu mostras de uma profícua actividade (…) É o teatro universitário a dar frutos. Bons frutos."
Correio
da Manhã, Suplemento Forum Estudante, 13/7/93
"Para Coimbra — A Cidade Capital do Teatro/93 —, o nome de "A Escola da Noite" na história cultural da cidade é uma honra sem dúvida."
O
Despertar, 28/7/93
"(…)
A companhia profissional A Escola da Noite foi criada há dois anos,
quando do lançamento da iniciativa "Coimbra Capital Nacional do
Teatro".
Numa nota de balanço da iniciativa, o ex-comissário para "Capital
Nacional de Teatro", Ricardo Pais, refere que a companhia é uma
das estruturas deixadas que "merece ser consolidada e desenvolvida no
futuro"(…)"
O Primeiro de Janeiro, 30/3/94
sobre
"Amado Monstro"
"(…) Um bom trabalho e um princípio auspicioso."
João
Carneiro, Expresso, 28/3/92
"Amado
Monstro é como texto, como diálogo uma peça notável
mesmo que aparentemente menor. A encenação foi dos próprios
intérpretes, António Jorge e José Neves, e permitiu,
pelo menos, a revelação de um cenógrafo, João
Mendes Ribeiro, que criou um espaço depurado, de um grande rigor, uma
zona de grande qualidade arquitectónica onde paira um toque de Bauhaus.
Um solo fortemente inclinado sinaliza o desequilíbrio das duas personagens
e das situações. António Jorge (Krugger) revela ainda
alguma insegurança, ao contrário de José Neves, actor
já com experiência (trabalhos com Rogério de Carvalho
e Ricardo Pais), e que confirma aqui um talento indiscutivel.
Enquanto António Jorge se mexe, de acordo com a situação,
ele está sentado e praticamente imóvel durante todo o tempo,
criando a sua personagem através da voz e das tensões que a
sua presença levanta. Um belo trabalho.
Teatro para ver em Coimbra, portanto."
Carlos Porto, Jornal de Letras, 7/4/92
sobre
"O Triunfo do Amor"
"Eu acho que fui muito feliz com este elenco, em que se conjuga a experiência
e a juventude, com o arrojo de se encenar uma peça como esta. A sensação
que tenho neste momento é que foi uma experiência rica, uma experiência
que me marcou imenso, mesmo ao nível da companhia (…)"
Rogério
de Carvalho em entrevista ao Diário de Coimbra (Suplemento), 24/10/92
"(…)
A encenação de Rogério de Carvalho é sem concessões,
sem rebuscamentos cénicos (…)"
"(…) O tom geral das interpretações é contido,
as marcações a tender para a coreografia" (…) Quanto
ao mais — música, luz, figurinos —, tudo se enquadra bem
no estilo calmo e sereno do encenador. A pedir um espectador sossegado, disponível,
"cool", como aquele jogador de xadrez de que fala Ricardo Reis."
Manuel
João Gomes, Público, 29/10/92
"(…) Rogério de Carvalho (...) contou com excelentes jogos cenográficos (José Manuel Castanheira), de guarda-roupa (Ana Rosa Assunção), de luz (Jorge Ribeiro) e musicais (Paulo Vaz de Carvalho). E contou com uma equipa de actores jovens que conseguem uma composição inteligente das personagens. O carácter de homogeneidade que marca o trabalho, sob o ponto de vista da representação, mas também da encenação, ajuda a entender os resultados obtidos. Só muito raramente o trabalho sobre textos de Marivaux consegue explorar a multiplicidade das suas propostas. O espectáculo da Escola da Noite propõe uma leitura relativamente convencional desta peça sem por isso deixar de iluminar o que nela opera a um nível menos evidente."
Carlos Porto, Jornal de Letras, 24/11/92
sobre
"Ella"
"(…) A Escola da Noite, conclui, "veio para ficar e já
deu sinal disso, o que é muito importante — não só
para Coimbra, como para o teatro em Portugal".(…)"
Fernando
Mora Ramos em entrevista ao Jornal de Coimbra, 6/1/93
"(…)Teatro nunca testado no público português, projecto ambicioso, válido, "com pés para andar" … Serão estas experiências importantes, fundamentais, que poderão criar futuro ao teatro.(…)"
Teresa
Carreiro, Sete, 28/1/93
"Ella"
o espectáculo mais interessante da carreira (ainda curta) da Escola
da Noite. Absolutamente actual mesmo quando estranho, doloroso sem deixar
de ser cómico, presente apesar de distante.
"Ella" encontrou entre as paredes do Edifício das Caldeiras
o espaço ideal."
Manuel
João Gomes, Público, 1/2/93
"(…) Num belíssimo cenário de José Carlos Faria, que se insere no espaço já de si espectacular do Edíficio das Caldeiras, Fernando Mora Ramos, encenador e intérprete, conta a sua história, num trabalho de admirável rigor. (…) Com este espectáculo, a que se seguirá outro com texto do mesmo autor, A Escola da Noite contribui de forma notável para uma urgente revitalização da actividade teatral portuguesa. Espera-se, como é evidente, que possa continuar a desenvolver a sua actividade sem os percalços que, nos últimos tempos, têm vindo a afectar outros agentes culturais."
João
Carneiro, Expresso, 13/2/93
"Esta noite, após a representação da peça "Ella", A Escola da Noite — Grupo de Teatro de Coimbra, promove uma sessão debate informal, com a participação de algumas personalidades, a quem foram distribuidos materiais sobre a peça e o autor, e serão referencialmente dirigidas aos psiquiatras e psicólogos e aos alunos e docentes das faculdades de Medicina e Psicologia."
Correio
da Manhã, 25/2/93
"(…) Neste espectáculo, ao qual não é possível ficar indiferente, é o próprio espectador que é interpelado e a partir daí a relação com todo o tecido social em que nos inserimos — função essencial do teatro enquanto expressão artística que tendemos, infelizmente, cada vez mais a esquecer."
João
Carneiro, Expresso, 20/2/93
"É a muitos títulos notável a terceira produção da Escola da noite, a primeira companhia teatral de características profissionais sediada em Coimbra. E antes de mais, pela escolha da peça… (…) De sublinhar o papel da tradução (de Idalina Aguiar de Melo) neste trabalho da Escola da Noite. Porque o texto, tendo por base um modo coloquial em estilo popular, dispara sentidos por todos os lados; e como se trata de uma fala proferida por alguém desprovido de educação formal e do nexo verbal corrente, esta tradução literária, nunca cai em facilidades populares, tem aqui uma função das mais sensíveis para a cabal apreensão da peça.
Com esta estreia de Herbert Achternbusch em língua portuguesa, A Escola da Noite merece todos os aplausos. E passando-se isto em Coimbra, ainda mais."
Júlio
Henriques, O Despertar, 5/3/93
"Uma oportunidade para o público de Lisboa tomar contacto com uma das mais interessantes peças estreadas em Portugal nos últimos meses, num monólogo em que se dá voz a uma personagem excluída de quase todo o universo social. (…)"
Expresso, 22/5/93
sobre
"Susn"
"(…) A apresentação desta peça destaca-se
pelo seu carácter de novidade. Para além de se tratar de uma
estreia absoluta da peça, também a equipa criativa é
praticamente estreante, nomeadamente o encenador António Augusto Barros,
que aqui faz a sua segunda encenação, Fernanda Fragateiro, que
estreia a sua primeira cenografia teatral e António Andrade, que pela
primeira vez assina uma composição musical para teatro."
Correio
da Manhã, 24/3/93
"(…) António Augusto Barros pensa no texto Susn numa dimensão do espaço de um palco. Na possibilidade de gerir um elenco. Na aposta num cenário construído sobre a subtileza dos objectos, mesmo quando estes objectos são as sucessivas personagens que se mostram num palco. Tudo é, assumidamente, sugerido, deslocando a história para uma intemporalidade becketiana, em que o princípio e o fim se anulam, restando a memória de uma narração. (…) O trabalho final de António Augusto Barros, Fernanda Fragateiro (cenografia, figurinos e adereços), José Neves (desenho de luzes) merece ser visto e revisto. (…) Se Susn se afirma pela coerência da linguagem, Ella é assumidamente a destruição dessa coerência. E, naturalmente, nada disto tem só como referência o teatro de uma Alemanha. Tudo isto é o que dá razão de ser ao teatro do mundo, tal como somos capazes de o entender, ignorar ou aplaudir."
Clara
Nunes Correia, Sete, 8/4/93
"(…) Susn, com encenação de António Augusto Barros, conta a história de uma mulher. Ella, encenado por Fernando Mora Ramos, conta a história de outra. O primeiro ocupa o espaço do Gil Vicente. O segundo, ali ao lado, o espaço do Edifício das Caldeiras. Por serem diferentes completam-se. Por serem tão semelhantes oferecem duas visões da possibilidade de se retratar uma vida, teatralmente assumidas de forma diferente. (…) A interpretação excelente de Fernando Mora Ramos, actor/encenador levanta todas as velhas questões sobre os limites da teatralidade de um monólogo. E ficamos perplexos por a fronteira ser, afinal, tão imprecisa. Tudo o que vimos é deveras impressionante."
Clara
Nunes Correia, Sete 8/4/93
"(…) O espectáculo opera a um nível de intensidades muito fortes."
Carlos
Porto, Jornal de Letras, 13/4/93
"(…) Indispensável para quem está em Coimbra: A Capital do Teatro 93 reclama-o."
Paulo
Lopes Lourenço, Diário de Notícias, 16/4/93
"(…)
Se em Ella as formas do diálogo e do monólogo eram problematizadas
em favor, aparentemente, deste último, aqui articulam-se e entendem-se
pelas cinco cenas com as cinco Susn, remetendo-nos directamente, também,
para um outro problema, o da criação artística.
A encenação de António Augusto Barros evidencia este
lado da criação artística, sem descurar o tratamento
e individualização das personagens e das várias linhas
tensionais do texto. (…) O belo trabalho cenográfico de Fernanda
Fragateiro e José Fragateiro (…) um espectáculo, a vários
títulos, exemplar."
João
Carneiro, Expresso, 17/4/93
"(…) O mundo de Susn é o de toda a gente, mas visto a uma luz tão crua que parece (e é) pesadelo. A música (de António Andrade) e a luz (de José Neves) são determinantes na modelação das imagens que António Augusto Barros põe em cena."
Manuel
João Gomes, Público, 21/4/93
"Um espectáculo que é necessário ver: porque articula habilmente uma reflexão sobre a criação artística com personagens que se inserem e reflectem a complexa realidade extrateatral; (…) Um espectáculo que ultrapassa, na sua concepção global (encenação, cenografia, luzes, interpretação) os limites e insuficiências a que o teatro nacional nos foi, perniciosa e incidiosamente, habituando; porque tudo isto está a marcar o percurso e a ajudar a caracterizar uma companhia nova."
João Carneiro, Expresso, 24/4/93
sobre
"Auto da Índia"
"(…) Gil Vicente deu origem a uma surpreendente lição
de modernidade e a partir deste trabalho pode voltar-se a falar de novo teatro
em Portugal.
Criando uma organicidade rara entre a concepção, a movimentação
do actor, o figurino, a música, este Auto da Índia onde é
notória a influência do chamado teatro-dança, vem por
sua vez desmistificar todos os clichés com que a peça tem vindo
a ser lida nos nossos palcos (…)"
Eugénia
Vasques, Expresso, 1988
"(…) Vimos, assim, em Coimbra, um daqueles espectáculos luminosos, destinados a habitar a nossa memória: um daqueles trabalhos que, a não vir a Lisboa, justificam uma viagem de 200 quilómetros."
José
Valentim Lemos, Diário de Notícias, 22/11/88
"Consolidando o estatuto de uma das mais produtivas e aclamadas companhias teatrais do país, A Escola da Noite iniciou, na passada 2ª feira no Teatro do Colégio S. Teotónio, uma abordagem à obra de Gil Vicente. (…)"
Jornal
de Coimbra, 5/5/93
"(…) A representação do Auto da Índia teve características especiais pois abordou o texto de Gil Vicente de uma forma totalmente inovadora. Quer a sua problemática quer a sua coreografia foram dadas de uma forma muito mais actual (…)"
Teresa
Joana, Júlio Mesquita, Flávio Dias (alunos do Colégio
de S. Teotónio),
Correio de Coimbra, Suplemento S. Teotónio, 27/5/93
sobre
"Mandrágora"
"(…) E se por um lado a encenação de Ricardo Pais
é muitíssimo bem feita, o desempenho dos actores é, por
outro lado, uma pequena amostra de talentos. (…)"
Inês
de Barros Baptista, Semanário, 3/7/93
"(…) De facto, seria mais fácil dizer que partilho com o grupo de actores aqui reunido afinidades quase únicas com muitos deles já tive o privilégio de trabalhar em espectáculos e outras experiências e que aceito o repto de retomar um "sucesso" e o desafio que A Escola se faz a si mesma de ousar produzir a uma outra escala.(…) Passámos exactamente três meses a fazer juntos este espectáculo e raramente terei experimentado um trabalho tão duro e tão gratificante.(…)"
Ricardo
Pais em entrevista ao Diário de Coimbra, 5/7/93
"(…) A encenação pertence a Ricardo Pais, que é coadjuvado por Nuno Lacerda Lopes no trabalho de cenografia, Jasmim nos figurinos, Orlando Worm na iluminação e pela magnífica música de Carlos Zíngaro - que, conjuntamente com a excelente interpretação dos actores da companhia fazem da obra de Maquiavel (numa inédita tradução de Alexandre O'Neill) uma das melhores produções da Escola da Noite.(…)"
Jornal
de Coimbra, 7/7/93
"(…) Contribui, com esta revisitação do texto, para a consagração de A Escola da Noite, de Coimbra, como uma das nossas mais interessantes - senão mesmo a mais interessante - companhias de teatro, a única que, neste momento, alia o rigor da preparação global do espectáculo à procura de uma expressão elegantemente contemporânea, assumindo-se como companhia de reportório, uma opção ambiciosa e indispensável entre nós.(…) um espectáculo exemplar."
João
Carneiro, Expresso, 10/7/93
"O espectáculo da Escola da Noite encenado por Ricardo Pais é, para além de um tratado de bom gosto, um desafio ao talento de que soube decifrar pequenos e ocultados sinais (…) Perder este trabalho é também perder tempo. Esperemos que o espectáculo possa circular pelo país e que quando, na próxima temporada, ele chegar ao Centro Cultural de Belém a patine da usura se inscreva no brilho das suas formas como metáfora acrescentada. Coimbra está de parabéns."
Eugénia
Vasques, Expresso, 17/7/93
"(…) A primeira grande referência a fazer ao espectáculo de A Escola da Noite é a da sua grande homogeneidade. O dispositivo cénico de Nuno Lacerda Lopes é não só de uma grande beleza como de uma grande funcionalidade (…) a luz de Orlando Worm, um dos mais belos trabalhos que tenho visto em Portugal (…); os admiráveis figurinos de Jasmim que não só são belos, cada um e no conjunto, como revelam a lógica preocupação de servir os actores, o que nem sempre acontece; a excelente música de Carlos Zíngaro que contribui para a criação da atmosfera de magia que atravessa o espectáculo. Ricardo Pais trabalhou todos estes elementos conferindo-lhes uma densidade, uma diversidade e uma comunicabilidade que multiplicam o seu real teatral, a sua energia cénica. (…) A criação de imagens que evocam a pintura da Renascença (marcações, personagens em grupo, movimentos, posturas, como a do anjo junto do poço) não é estéril porque faz parte da razão de ser deste espectáculo que funciona também como escola do olhar. (…) Ricardo Pais contou com um grupo de actores jovens dos quais conseguiu o que é talvez o mais importante, um jogo homogéneo e harmonioso. (…) um espectáculo, a meu ver, histórico do teatro português dos anos 90."
"(…) O mais belo espectáculo em cena."
Carlos Porto, Jornal de Letras, 20/7/93
sobre
"Comédia Sobre a Divisa da Cidade de Coimbra"
"A companhia residente de Coimbra, A Escola da Noite, agarrou nesse texto
(considerado) menor do mestre, aparentemente irrepresentável, e apostou
numa leitura moderna dessa produção que parecia ter caído
no baú do esquecimento, não hesitando sequer numa banda sonora
composta por temas dos U2, John Zorn e Brian Eno. (…).
O encenador recupera o imaginário contemporâneo de todos os pequenos
truques, da caixa de música ao homem de aço das feiras populares,
do playback nos espectáculos de music-hall aos modernos desfiles de
moda nas passerelles elegantes. (…).
Nuno Carinhas pretendeu também acentuar a perspectiva ibérica
da peça e explora o efeito das danças flamencas, ao mesmo tempo
que faz aproximações aos rituais próprios da tauromaquia,
levando esse paralelo com nuestros hermanos quase até ao exagero pela
música de Bernardo Sandoval, no tema "Cariño".
Fernando
Madaíl, Diário de Notícias, 10/12/93
"(…) a momentos de inegável preocupação cénica e musical, há ainda a acrescentar uma encenação primorosa, (…) e um notável desempenho dos actores. (…) o público rendido a aplaudir, no final, de pé. Mérito d'A Escola da Noite que prometeu "perigos e emoções" na versão "experimental, desassombrada e não tradicionalista" da comédia de Gil Vicente. E cumpriu."
Emília
Trindade, As Beiras, 21/12/93
"(…) o encenador Nuno Carinhas recorre à dança, à gestualidade redundante e ilustrativa, ao anacronismo para fazer da comédia "naïf" uma "performance" muito "in". "In" é o cenário, com as suas numerosas portas e janelas, por onde entram, quando menos se espera, monstros, cavaleiros, meninas assediadas. Os figurinos de Ana Rosa Assunção contribuem decisivamente para o espírito lúdico que enforma todo o espectáculo."
Manuel
João Gomes, Público, 7/1/94
"(…)
O espectáculo traz todo o manancial de divertimento medievo para o
imaginário contemporâneo. Porém, dando significado ao
bilinguismo do texto, o que Nuno Carinhas propõe é uma autêntica
tese do teatro de Gil Vicente como centro nevrálgico do teatro peninsular
e mediterrânico.
(…) ao escolher Gil Vicente como um autor passível de ser sujeito
a uma releitura actual — de que o "Auto da Índia, dirigido
por Rogério de Carvalho, foi nobre antecedente — continua a provar
quanto cabe aos criadores teatrais uma grande quota de responsabilidade pela
tese da pobreza da dramaturgia nacional (…). O jovem e bonito elenco
da Escola da Noite […] demonstra uma notável disposição
para a linguagem da fisicalidade e do movimento, sendo o humor aqui veículo
de uma inteligente demonstração da possibilidade de desmontagem
da palavra pelo gesto, como tão bem o mostram personalidades tão
diversas como Sílvia Brito, José Vaz Simão ou Carlos
Borges, o "pivot" da função.
(…) Sai-se do espectáculo a sorrir e a trautear o ritmo jocoso
da valsa. O humor passa a fazer parte da divisa de Coimbra."
Eugénia Vasques, Expresso, 8/1/94
sobre
"Farsa de Inês Pereira"
"(…) Neste novo espectáculo, o destaque vai para a estreia
de Sílvia Brito, de 29 anos, como responsável pela encenação.
Por outro lado, à semelhança do que tem vindo a acontecer em
peças anteriores, é continuado o trabalho com a população
escolar…
Diário
de Coimbra, 26/3/94
"(…) prossegue a afirmação da linguagem particular da Escola da Noite, fundada, no essencial, numa pesquisa de possibilidades de articulação da fisicalidade com uma nova forma de realismo que, embora desnaturalizado, não deixa de ser comunicativo, humorístico e muito humanizado.(…) Um espectáculo sóbrio e elegante que sublinha a auto-consciência dos actores, transformados em manipuladores do espaço, em fautores de imagens. (…)"
Eugénia
Vasques, Expresso, 16/4/94
"A
boa afluência de público e a "crescente procura" das
escolas da Região Centro obrigaram A Escola da Noite, de Coimbra, a
alargar a temporada da sua mais recente produção, a "Farsa
de Inês Pereira" (…).
(…) com o prolongamento em cena da "Farsa"… até
ao final de Abril, ficam agendados 40 espectáculos encaminhando-se
o espectáculo para obter a maior audiência de público
numa única temporada (…)"
Público, 24/4/94
sobre
"Bonhard"
"(…) Em "Bonhard", Sílvia Brito oferece-nos uma
excelente interpretação (…).
Todo o trabalho assenta no desempenho da actriz, com a cumplicidade de um
espaço cénico, que nos remete, inevitavelmente, para a solidão
e o abandono de um personagem atormentado pela ideia da loucura. (…)"
As
Beiras, 16/8/94
"(…) Com esta estreia fora de portas, o grupo pretende, cada vez mais, fortalecer os laços de cooperação com as autarquias e instituições culturais da Região Centro. (…)"
Jornal
de Coimbra, 12/10/94
"Dividida entre Coimbra e Montemor-o-Velho, sem espaço para actuar, A Escola da Noite tudo faz para animar culturalmente uma cidade onde o público não falta. (…)"
Público,
8/10/94
"(…) Um "one womam-show", apreciado pela crítica (…)"
Dulce
Neto, Público, 23/9/94
"(…) A Escola da Noite tem tido a preocupação de, na escolha dos autores a representar, não deixar de lado a nova produção dramatúrgica, de que Thomas Bernhard é um dos exemplos, a que se poderia juntar Herbert Achternbusch ou Javier Tomeo. (…)"
João de Melo Alvim, Diário de Notícias, 25/9/94
sobre
"Leôncio e Lena"
"(…) É um espectáculo bonito, divertido, de grande
beleza plástica. Um trabalho muito conseguido de uma companhia que
com ele atinge a segurança e o equilíbrio que uma peça
como esta exigia. (…) O nível das interpretações
é excepcional (…)
Manuel
João Gomes, Público, 20/1/95
"(…)
É um dos melhores trabalhos do grupo coimbrão, justificando
plenamente o convite ao encenador alemão Konrad Zschiedrich que dirigiu
o espectáculo.
(…) A Escola da noite conta desta vez com o melhor elenco de sempre.
(…)"
Manuel
João Gomes, Público, 1/8/94
"(contributo para) uma forma de expressão teatral que vai tirando o teatro português de um naturalismo, um academismo e uma rotina serôdios e desactualizados que, em grande medida, ainda o caracterizam."
João Carneiro, Expresso, 7/1/95
sobre
"Uma Visitação"
"(…) Mas o que não falta no espectáculo são
interpretações brilhantes. Num elenco cheio de energia, que
canta, dança e faz (comedidamente) acrobacias (…)"
Manuel
João Gomes, Público, 2/8/95
"(…) É um brilhante quadro do mundo que Gil Vicente criou, recriado por um elenco de actores que transformam os textos quinhentistas em pretextos para um festival de riso inteligente. (…)"
Manuel
João Gomes, Público, 26/8/95
"(…) O espectáculo vem reforçar o excelente trabalho que esta companhia tem realizado sobre a obra do dramaturgo português Gil Vicente, elevando para quatro o número de peças já representadas (…)"
Despertar,
11/10/95
"(…) Por vezes, os propósitos são traídos por uma realização menos conseguida, por intérpretes menos seguros, mas a coerência global é sempre visível e o teatro de Gil Vicente, mais uma vez, chega até nós sem uma ruga."
João Carneiro, Expresso, 14/10/95
sobre
"A Birra do Morto"
"(…) a Escola da Noite e os Mutumbela Gogo estrearam no sábado
a co-produção especialmente preparada para o Festival de Maputo
e receberam aquela que foi talvez a aclamação mais calorosa
do público em todo o certame. (…) revelou ainda um notável
trabalho de actores, nomeadamente dos dois protagonistas principais... Mas
terá sido a qualidade da encenação e a utilização
de recursos técnicos invulgares em Moçambique, que deram ao
espectáculo o ritmo que agradou aos moçambicanos."
Diamantino Cabanas, As Beiras, 18/12/95
"A nova versão de A Birra do Morto (que Mário Viegas, em
tempos, já encenou) aposta na fusão de referências das
duas culturas em confronto, numa tentativa de mestiçagem das formas
de dizer, dos registos musicais e também das danças mais castiças.
(…) João Brites, director de O Bando e cenógrafo desta
produção, atendendo à eventual continuidade do projecto,
confeccionou uma peça polissémica com múltiplas soluções,
que se transforma em carreta funerária, na barca de Caronte, num altar
sacro, em mortalha de certos rituais, numa base para velas ou num teatro em
que se encena a própria morte."
Fernando Madaíl, Diário de Notícias, 19/12/95
"(…) Deliciei-me, tal como muitos maputenses, com a maravilhosa
peça A Birra do Morto, encenada por António Barros com mestria,
a que se associou o magnífico desempenho dos actores e actrizes de
A Escola da Noite e do Mutumbela Gogo. Que pena (…) ter tido só
duas apresentações públicas."
José Carlos (jornalista cultural do semanário Domingo; Maputo, Moçambique), Setepalcos, nº 1, Dezembro 1996
"(…) Além do texto teimosamente marginal de Vicente Sanches,
o rigor da encenação de Barros, bem como o protagonismo construtor
da cenografia de Brites, demarcam definitivamente o espectáculo de
A Escola da Noite e do Mutumbela Gogo de tudo o que já se fizera ou
se vira em Moçambique. Para o grande público, enfim, bastaria
a presença em palco de actores brancos, lado a lado com os colegas
negros, para confirmar a participação europeia no empreendimento.
Isto era, sem sombra de dúvidas, uma co-produção!
O resultado final apanhou de surpresa tanto o incauto espectador como a gente
de teatro (…).
(…) Para muitos, particularmente no milieu, A Birra do Morto foi um
abrir de janelas sobre outros teatros de outras gentes, uma perspectiva (mais
uma) de abordar a paixão comum pela coisa teatral. Um traço
de união, portanto. Porque universal, a leitura de Barros vai ao encontro
de questões de grande peculiaridade que se têm colocado ao jovem
teatro moçambicano (…)."
José
Pinto de Sá (jornalista moçambicano), Setepalcos, nº 1, Dezembro
1996
"(…)
O espectáculo é interpretado por actores dos dois grupos e,
apesar disso, a unidade de interpretação é extraordinária,
com um ambiente que tanto poderia ser em Portugal como em Moçambique.
Com uma encenação muito criativa, de António Barros,
servida pela cenografia de João Brites, a peça merecia ter tido
muito mais do que os dois espectáculos realizados. Com segundas leituras
que podem conduzir a reflexões sobre o povo moçambicano que,
apesar de todas as desgraças, não se deixa enterrar, era um
espectáculo a merecer que o espectador pudesse ir mais do que uma vez."
João
Machado da Graça (jornalista, director da Casa Velha, Maputo),
Setepalcos, nº1, Dezembro 1996
sobre
"Amores"
"O Federico García Lorca mais pícaro e truculento que se
possa imaginar. (…) O novo espaço d'A Escola da Noite parece
ter libertado as pulsões burlescas da companhia que se revela mais
cómica do que nunca."
Manuel João Gomes, Público, 11/10/96
"(…) Um muro alentejano-algarvio… utilizado pelos actores para incontáveis saltos, quedas e cabriolas, muito de acordo com os códigos do teatro de robertos. Na sua extensão descomunal, o cenário é um palco gigantesco, que joga com a grandeza dos intérpretes: actores de carne e osso que dão corpo aos pequenos fantoches."
Manuel
João Gomes, Público, 8/10/96
"O registo interpretativo dos actores, cuja agilidade histriónica e fisicalidade rigorosa são, como sempre nos trabalhos d'A Escola da Noite, a matéria-prima fundamental do espectáculo, põe (…) em permanente evidência a natureza poética e antinaturalista das figuras-títeres (…)"
Eugénia Vasques, Expresso, 26/10/96
sobre
"Beckett - Primeira Jornada"
"(…) A incomunicação, o absurdo da vida, o humor
negro e macabro, a 'infelicidade de não ser suficientemente infeliz
para se suicidar', são, aqui como em toda a obra de Beckett, os temas
dum espectáculo que é muito conseguido na criação
duma atmosfera perturbantemente negra. (…)"
Manuel
João Gomes, Público, 22/12/96
"(…)
Os quatro textos de Beckett resultam numa colagem exemplar do peculiar universo
do dramaturgo irlandês.
(…) A dramaturgia d'A escola da Noite exige do espectador o esforço
tipicamente beckettiano de entender o ritmo dos textos e os jogos de sons,
além de ter de completar os silêncios e o não dito deste
discurso estético. (…)
Fernando Madaíl, Diário de Notícias, 21/12/96
sobre
"Lenz"
"O projecto é tão aliciante quanto ambicioso. O resultado
nem sempre ultrapassa airosamente os muitos e desvairados perigos que o texto
de Büchner levanta. (…)
Mas… como é que essas coisas se materializam em cima das tábuas
prosaicas? Talvez a resposta não seja mais fácil do que encontrar
o remédio para a loucura. Para já, divulgar este texto é
um passo decisivo que não pode seixar de ser aplaudido."
Manuel João Gomes, Público, 2/8/97
"(…) Na dramaturgia de Lenz é visível uma busca de
equilíbrio, decorrente do elo profundo estabelecido entre o texto,
a encenação e a actividade dos actores; o espaço cenográfico,
aproveitando a profundidade do palco, é inspirador dos voos mentais
que estão no pensamento de Büchner-Lenz."
Júlio Henriques e Joèlle Ghazarian, O Despertar, 29/10/97
sobre
"As Troianas"
"As Troianas assume quase sempre a forma duma lamentação
de mulheres humilhadas e ofendidas, viúvas e condenadas à morte,
menos votada para o céu e para os deuses do que para a terra onde jazem
os heróis abatidos pelos gregos. E como é harmoniosa a combinação
do chão de areia com a madeira bruta dos caixotes que servem de degraus
e com os cobertores cinzentos que envolvem as viúvas troianas! Como
tudo isso joga perfeitamente com a serenidade e a firmeza no tratamento dos
coros!
A encenação de As Troianas assenta na simplicidade e tanto a
cenografia como os figurinos e acessórios aproximam a acção
da actualidade, sem cair no anacronismo. (…)
… todas as vozes femininas desta tragédia encontram no elenco
feminino da Escola da Noite intérpretes seguramente dirigidas por um
encenador que sabe, a cada instante, ser fiel ao espírito do drama
— e ao tom lancinante da tragédia — ao mesmo tempo que,
na concepção espacial, no desenho de som e das luzes, introduz
inovações tão ousadas quanto discretas."
Manuel
João Gomes, Público, 6/11/97
"Entre a Escola da Noite e o encenador Konrad Zschiedrich, existe uma relação que tem dado bons frutos. Aconteceu com a comédia "Leôncio e Lena", em 1995, acontece agora com "As Troianas". Dois dos melhores espectáculos que o grupo coimbrão fez até hoje. O espectáculo "As Troianas" apresenta-se tão perto do espírito do teatro grego quanto longe duma encenação académica, conseguindo, assim, ser experimental sem perder a capacidade de comover. "As Troianas" destaca-se sem favor no panorama das tragédias gregas vistas em Portugal (onde houve, já nesta década, duas outras encenações)."
Manuel
João Gomes, Público, 7/11/97
"(…) O encenador e a companhia parecem ter optado por um registo não naturalista, a julgar pela estranha divsão elocutória do texto e pelo registo prosódico adoptado, que desfiguram a lógica sintática do que é dito, em função de isolamentos de palavras, de acentuações expressivas e de ritmos que acabam por transformar o discurso verbal num universo sonoro que desafia, com frequência, as possibilidades de construção de sentidos. De uma forma global, a gestualidade, o movimento, A elocução, tudo o que são recursos de interpretação, de expressão e de criação cénica, estão remetidos para um nível de elementaridade que raramente atinge o mínimo que se espera de uma companhia com o estatuto e as características da Escola da Noite. (…)"
João Carneiro, Expresso, 22/11/97
sobre
"A Serpente"
" (…) Magistralmente interpretado, o espectáculo dá
toda a dimensão de um autor tão genial as categorias do teatro
como a atacar os tabus sexuais."
Manuel João Gomes, Público
sobre
"Pranto"
" (…) Evidenciado, pelo encenador, como líbelo de dimensão
social mas sem recurso ao estereótipo da beberrona cujo humor paralisaria
— ou distrairia, na sua perspectiva — de uma ampla e universal
que se estende ao sofrimento de um povo, o espectáculo da companhia
sediada no Pátio da Inquisição de Coimbra continua uma
proposta de "revisitação" experimental de Gil Vicente."
Eugénia Vasques, Expresso
sobre
"Os Persas"
" (…) Depois do êxito de "As Troianas", A Escola
da Noite ousou recriar, no Pátio da Inquisição "Os
Persas" de Ésquilo. E como a sorte favorece os audazes, o projecto
tornou-se uma realidade que se impõe sem restrições."
Manuel João Gomes, Público
sobre
"Jacques e o seu Amo"
" (…) é um espectáculo delicioso, uma daquelas festas
de teatro que podem prolongar-se durante horas e horas, sem ninguém
se fatigar com o humor cínico do filósofo das Luzes (…)
Algum dia havia de ser: para se ver um espectáculo verdadeiramente substancioso, ágil e engraçado o melhor é ir a Coimbra (…) trocam-se os papéis numa contradança tão leve e festiva que poderíamos ficar ali uma noite inteira, quais aprendizes de "voyeurs", ouvindo e vendo anedotas pícaras como a da bainha e do punhal ou rábulas como a dos maus poetas, que, para Jacques (mas não será Jacques o outro eu de Diderot?) são todos maus. (…) Um espectáculo engraçadíssimo, vibrante, que os admiradores de Diderot não podem perder (…)."
Manuel
João Gomes, Público
"O grupo de teatro A Escola da Noite, em Coimbra, tem dado, recentemente, sinais de uma vitalidade louvável. A peça que o grupo mais recentemente estreou, Jacques e o seu Amo, um texto de Milan Kundera (por sua vez versão do texto homónimo de Diderot) numa encenação de Sílvia Brito, teve um sucesso que até para os próprios foi uma surpresa agradável, esgotando mais de metade das sessões. (…)"
Manuel Cintra, Expresso
sobre
"Quem Come Quem"
"É um projecto megalómano, com uma ambição
maior que Portugal, Brasil e África, por junto ou separados, e corresponde
a uma experiência artística sem paralelo nem meridiano na cartografia
da miscigenação do teatro e da cultura lusófona em geral."
Álvaro
Vieira, Público
"Catorze intérpretes tão diversos de raça, espírito, linguagem e alma que o resultado só pode ser aliciante. (…) São centenas de histórias ocorridas em milhares de ventres milenários espelhados por continentes tão diferentes como a Europa, a África e a América. São religiões e experiências que se cruzam, se encontram e se reproduzem num só espectáculo fruto de um ano e meio de trabalho de pesquisa, "workshops", trocas e refeições em comum."
Manuel Cintra, Expresso
sobre
"Um Gosto de Mel"
"Numa trama que tem qualquer coisa de cinematográfico na encenação
— a esta nota não será alheia a tentativa, abortada pela
censura brasileira, em 1980, de Antônio Mercado, ter preparado uma versão
de teatro televisivo da obra — todas as personagens se complementam,
como se isso se traduzisse numa fórmula para a sua "insatisfação
social e existencial", diz Mercado, acrescentando que nesta "peça
contemporânea eles lutam com as armas que têm". E as armas
são as palavras, os gestos, a exaltação verbal e corporal
que todos manifestam, votados que estão a uma classe baixa, trabalhadora
e responsável pela redescoberta de um país destroçado."
Maria
José Oliveira, Público
"O êxito da peça, sustentado pela assiduidade do público, com lotações esgotadas ao longo da última semana, levou o grupo a fazer uma sessão extra. (…) "Um Gosto de Mel" resulta de uma encenação de Antônio Mercado para um texto escrito pela britânica Shelagh Delaney, nos anos 50, então apenas com 18 anos de idade. Um texto que reflecte toda a ânsia de vida e desejo de mudança da geração inglesa do pós-guerra. Um conflito de conceitos, de sensibilidades, de gerações (…)"
Jornal de Notícias
sobre
"Acto Cultural"
"São cerca de duas horas, que passam facilmente, em torno das
atribulações da Junta Directiva da Sociedade Louis Pasteur para
levar a cabo um Acto Cultural, uma visão teatral de Amadeu Mier da
saga de Cristóvão Colombo (…) num óptimo desempenho
dos actores António Jorge, Sílvia Brito, Isabel Lopes, Rui Damasceno
e Sofia Lobo, e uma cenografia muito bem conseguida (um palco dentro do palco,
uma mesa que é uma nau, um bom diálogo com o público)
do arquitecto João Mendes Ribeiro."
João Paulo Cruz, Campeão das Províncias
"Um desconcertante sentido de humor aliado a uma boa dose de incisiva ironia constituem ingredientes fulcrais para construir um enredo que certamente o vai "prender à cadeira" do princípio ao fim do espectáculo."
Patrícia Silveira, Diário de Coimbra
sobre
"Amor de Don Perlimplín con Belisa en su Jardín"
"Num variado cruzamento de géneros de expressão teatral,
desde a farsa aos títeres, ao canto lírico, ao drama mais subtil
e recolhido de intensidade poética, o trabalho em referência
foi ainda enquadrado por uma exploração do espaço cénico
feita com uma inteligência funcional e estética de singular efeito"
Costa Brites, Diário de Coimbra
sobre
"Auto da Visitação e outras Cousas que por cá se
fizeram "
"Também este espetáculo tem como objetivo as escolas, porém
neste caso o público é que virá ao teatro, onde há
exposições sobre Gil Vicente e fotos das montagens originais
do que vai ver. Um elenco de dez atores apresenta o texto integral do "Auto
da visitação" e fragmentos de "Auto da Índia",
"Farsa de Inês Pereira", "Auto do juiz da Beira",
"Pranto de Maria Parda", "O velho da horta" e "Auto
dos físicos". Mas não é só apresentando as
peças que A Escola da Noite faz seu trabalho junto a seu público
jovem; além das exposições, além das exposições,
o programa traz informações sobre as peças e também
um glossário do vocabulário vicentino que não seria compreendido
hoje, pelo menos não com facilidade.
Tendo ao seu dipor pela primeira vez um espaço tão grande, o diretor António Augusto de Barros serviu-se não só para liberar as marcas como também para fazer projeções nas paredes, mudar de lugar para criar ambientes diversos, havendo ainda a apresentação tanto sobre a cenografia usada quanto como seria uma cenografia ideal… O elenco é experimentado, canta, dança, traz o espetáculo para a imaginação da platéia não só no riso como também no patético de Maria Parda. Em seu 500 aniversário de estréia como autor, Gil Vicente é uma possibilidade válida para o palco e, mesmo não sendo mais tão jovem, é tratado com muito carinho."
Bárbara Heliodora, Jornal O Globo, 23/12/02