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Noivas

de Cleise Mendes

estreia em Coimbra, a 12 de Janeiro de 2005

Oficina Municipal do Teatro

total de espectáculos - 28 (Coimbra e Funchal)
total de espectadores - 1607


33ª produção - A Escola da Noite©Janeiro2005


Ficha Técnica:
•••Versão, encenação e espaço cénico: António Jorge.
•••Elenco:
••••••••• Augusto > Helder Wasterlain
••••••••• Dora > Maria João Robalo
••••••••• Lia > Sofia Lobo
•••Figurinos: Ana Rosa Assunção.
•••Luz: António Jorge e Rui Simão.
•••Banda sonora: Sílvia Brito.
•••Fotografia: Augusto Baptista.
•••Grafismo: Ana Rosa Assunção.
•••Operação de luz e som: Danilo Pinto.
•••Direcção Técnica e de Produção: Rui Valente.
•••Montagem: Alfredo Santos, Carlos Figueiredo, Danilo Pinto e Rui Simão.
•••Promoção e mecenato: Isabel Campante.
•••Venda de espectáculos: Pedro Rodrigues.
noivas

bê-á-bá da costura

acessório
adorno, coisa interessante mas desnecessária: ideia bastante comum em certas malhas do poder político, e erradamente aplicada à cultura.

alfinete
ponta metálica que serve para ligar dois tecidos diferentes; objecto usado para despertar, na carne, mentes adormecidas pela preguiça e medos infantis.

alinhavo
costura de pontos largos feita com linha fraca que define uma organização sempre precária; política cultural.

atelier (1)
sala de costura; espaço ritual onde nos despimos, ensaiamos novas peças e aprendemos a desmanchar os alinhavos do preconceito; onde se pode proceder a ajustes no feitio, para o melhor cair do pano; onde se cria algo único, delicado, libertador.

atelier (2)
onde se pratica artes, teatro; espaço iniciático, onde a interrogação e a dúvida urdem uma consciência individual e colectiva que nos confronta com os singelos monstros da ignorância e da hipocrisia que criamos e nos rodeiam.

avesso
diz-se do outro lado do direito; versão alternativa de factos inquestionáveis e ideias feitas.

controlo de qualidade
aferição ética e moral da fibra humana. Determina a harmonia e a sensatez das cores no retalho da nossa condição humana — para tal, é constantemente necesssário apurar novas técnicas, formar o gosto, afinar a consciência crítica, de modo a encontrarmos a nossa justa posição perante nós e os outros.

espartilho
Colete com lâminas de aço que serve para condicionar a irreverência da figura; instrumento de tortura; peça íntima de extrema sensualidade; diz-se da franja reaccionária da sociedade.

fio
emaranhado de pequenas fibras, linhas de pensamento, orientadas sob regras pré-definidas; forma, enrolado, o novelo de nós próprios; serve para traçar o destino.

fita métrica
assegura a quem a usa o controlo rigoroso das medidas; não chega para quantificar a distância crítica às coisas.

máquina de costura
símbolo da produção em série, dos mecanismos automáticos automáticos automáticos e da perversa facilidade das rotinas instaladas que degeneram rapidamente em seguidismos, sexismos, carneirismos, fanatismos, obscurantismos, conformismos, autoritarismos, terrorismos, consumismos, cretinismos.

molde
pessoa ou peça oca que serve para reproduzir formas.

peça de roupa
segunda pele que vinca no nosso forro as fronteiras entre o livre arbítrio, o sonho, o erro, a dúvida, o desejo, a curiosidade e os condicionalismos sociais, a tradição, as leis, a família, o costume. Compõe um figurino comportamental que nos cobre de pudor e nos molda a silhueta da conduta diária, ora mais plissada, submissa e ingénua, ora mais justa, esclarecida e perspicaz.

ponto
porção de fio que fica entre dois furos da agulha; acção de fazer nó; tomada de posição consciente.

pronto-a-vestir
coisa fácil, já decidida e executada por outrem; peças de fabrico uniformizado que forçam o corpo a um estereótipo, a medidas estandardizadas, a falsos e perigosos consensos; eventos animados de carácter mais ou menos meteórico, normalmente com boa cobertura mediática, aos quais é frequentemente resumida a cultura.

rasgar
provocar ruptura em; dar novo acesso a; pôr a nú; iniciar sexualmente; discernir; afirmar vontade própria.

tecido
superfície entrançada com texturas e padrões éticos que se repetem absurdamente. Varia em função de modas, de novas tendências, de conveniências políticas, económicas, religiosas, têxteis, etc. Pode variar em coerência e brilho conforme o fio.

tesoura
instrumento de corte de forte valor simbólico; duas lâminas que se movem em torno de um eixo comum com o suposto propósito de separar o bom do mau bocado. Passível de promover tanto a censura como o mais fino talhe de um vestido.


António Jorge, Janeiro 2005
in folheto de apoio ao espectáculo. Saiba mais sobre os conteúdos dos programas aqui.

Sobre este espectáculo:

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